Polícia investiga denúncia de injúria racial e agressão em condomínio da zona Sul de Natal

     A Polícia Civil está investigando um caso de agressão contra uma mulher na zona Sul de Natal. A gerente de vendas Flávia Carvalho, 36 anos, foi agredida por duas mulheres no condomínio onde mora, na última quarta-feira (7). As imagens foram gravadas por uma câmera de segurança do elevador do prédio e mostram as agressões enquanto a vítima tenta entrar no equipamento para cessar os golpes que sofria. A mulher também denunciou a prática de injúria racial durante a agressão. Conforme o relato à Polícia Civil, a vítima disse que foi chamada de "negra nojenta", "preta safada", e "que não merecia morar naquele local".

     A Polícia Civil informou que tem feito diligências sobre o caso desde que Flávia Carvalho registrou Boletim de Ocorrência. Ela prestou depoimento às autoridades na última sexta-feira (9). Até esta segunda-feira (12), as agressoras ainda não tinham dado declarações à delegada responsável pela investigação. O caso é conduzido pela 10ª Delegacia de Polícia. 

     A vítima mora no condomínio Quatro Estações, no bairro de Candelária. Ela foi alvo de agressões na manhã da última quarta-feira e, desde então, saiu do seu apartamento, levando junto as duas filhas para a casa do namorado, com medo depois de ter sido atacada. As agressoras são moradoras do próprio condomínio.

     "Eu lembro e eu ainda estou em choque. Essa mulher não tem um arranhão, eu não tinha ação, eu não sabia o que fazer, eu não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. A minha única preocupação era manter a porta do elevador aberta para eu conseguir fugir daquilo. Eu não imaginava que isso pudesse acontecer", relatou a gerente de vendas.

     Flávia Carvalho relatou que a sua vizinha de andar e a filha dela, que mora no mesmo prédio em um andar diferente, fizeram uma emboscada quando ela saía para trabalhar. "Fui surpreendida, enquanto esperava o elevador", relatou.

     Como resultado das agressões, a vítima teve edemas e escoriações leves no rosto, como ficou coprovado em exame de corpo de delito feito após prestar queixa na delegacia.

"Implicâncias frequentes"

     O estopim para agressões ocorreu na última quarta-feira, mas Flávia Carvalho garantiu que sofria implicâncias recorrentes desde que a vizinha se mudou para o apartamento ao lado do seu, há cerca de dois anos. A vítima mora no local há cinco anos.

     "Ela chegou lá a cerca de dois anos e as implicâncias são muito frequentes, ela reclama de um barulho que vem do meu apartamento que nunca existiu. Ela já pediu reunião com o advogado do condomínio, que não deu em absolutamente nada, porque nunca houve esse barulho que ela fala. Só ela reclama desse barulho" , disse.

     Com a queixa prestada na delegacia, a vítima espera que as agressoras sejam processadas e punidas pelo que fizeram.

Governadora acompanha o caso

     A governadora Fátima Bezerra acompanha as investigações sobre o caso. De Brasília, a chefe do executivo estadual disse que entrou em contato com as autoridades de segurança e reforçou que "o RN tem tolerância zero para violência racial".

     "Por isso, venho aqui para deixar claro que todas as medidas estão sendo tomadas, e racistas NÃO PASSARÃO!", escreveu Fátima Bezerra nas redes sociais.

     Fonte: Tribuna do Norte

Condominial News 

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