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A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (AABIC) e a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI) lançam novo Programa Nacional de Certificação das Administradoras de Condomínio (PRONAD). A iniciativa substitui o PROAD da AABIC, e o Procondo da ABADI, certificações que atestavam a conduta e os aspectos profissionais, operacionais e técnicos dos serviços prestados pelas empresas do setor condominial, porém, em âmbito regional. No PRONAD, a avaliação para a certificação envolve as áreas de administração; contratos; departamento pessoal e RH; financeiro/tributário, além de outros pré-requisitos estabelecidos. A assinatura do Estatuto ocorreu no dia 04 de abril, na capital carioca. “Os programas anteriores objetivavam dar a qualificação necessária para que as administradoras prestassem um serviço de qualidade e entendemos que isso é fundamental não apenas em uma região, mas algo que precisa ultrapassar fronteiras, alcançar todo o território nacional, por isso, nasceu o PRONAD”, fala o presidente da AABIC, José Roberto Graiche Júnior. A iniciativa para uma certificação nacional tomou como base os programas regionais existentes e descontinuados, com a possibilidade de adesão, no curto prazo, de outros estados da federação. “Foram diversas reuniões, muita estruturação entre a ABADI e a AABIC para a criação do PRONAD. Neste momento de lançamento, convidamos todos os estados da federação a estarem unidos ao projeto em prol da administração de condomínios com segurança, proporcionando um atendimento de excelência em âmbito nacional”, salienta o presidente da ABADI, Rafael Thomé. O dirigente da AABIC pontua que “o PRONAD dará maior projeção e peso às empresas certificadas, construindo uma marca forte e com ampla visibilidade”. “O PRONAD representa uma união histórica entre Rio de Janeiro e São Paulo referente às boas práticas da atividade de administração condominial”, completa o presidente da ABADI. Segundo as instituições, as exigências e migração das empresas já certificadas pelo antigo modelo serão mantidas. Garantias da certificação O dirigente da ABADI destaca que “as auditorias realizadas nas administradoras têm um benefício não só interno, mas também para síndicos, conselhos fiscais e consultivos dos condomínios, para que tenham a segurança de poder contar com uma empresa confiável, que passou por um procedimento robusto de verificação e mantém um sólido cuidado com os seus processos, com a saúde operacional e financeira”. O presidente da AABIC lembra que o selo PRONAD garante não só o bom serviço prestado, mas atesta a eficiência e a busca constante pela qualidade. “A administradora condominial, tendo essa certificação, garante ao condomínio-cliente importantes questões, como a identificação e antecipação de problemas e busca de soluções, a transparência nas gestões de processos administrativos, além das melhores práticas do mercado, credibilidade e referência no setor imobiliário”, pontua. “Mais do que prestar um bom serviço, atuar com ética empresarial fortalece a empresa, melhora a reputação e traz resultados positivos para todos os envolvidos”, conclui. Fonte: Condomínio.News
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     São Paulo – A administradora Fort House é denunciada por ao menos 40 condomínios pelo suposto desvio de R$ 30 milhões. O dinheiro estaria depositado em uma conta conjunta à qual a empresa tinha acesso. O calote foi comunicado pelo dono da administradora, em carta enviada aos síndicos de edifícios administrados pela empresa no dia 19/3.

     Assim que soube que R$ 437 mil haviam desaparecido do caixa de seu condomínio, na zona sul da capital paulista, o síndico Ricardo Nascimento, 46 anos, foi à 2ª Delegacia do Aeroporto de Congonhas (Deatur) e registrou boletim de ocorrência de apropriação indébita.

     Ricardo relatou que uma funcionária da Fort House teria confirmado o encerramento das atividades da empresa entre os dias 18 e 19. O escritório da administradora, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, foi fechado.

     “Fomos roubados. Fizemos um grupo [de WhatsApp] com 40 síndicos, para a gente se organizar sobre como agir nessa situação”, afirmou Ricardo à reportagem.

     No dia 19, João Carlos Capporicci, sócio administrador e diretor da Fort House, enviou carta aos síndicos dos 40 condomínios, explicando os motivos do rombo: “Não há justificativa para a minha conduta”, admitiu.

     No documento, ao qual o Metrópoles teve acesso, ele afirmou ter enfrentado “dias conturbados” nos quais teve “muitas limitações físicas e mentais”, além de uma depressão, atribuídos a uma internação decorrente da Covid-19, no início da pandemia.

     "Sinto muito por todo o mal que estou causando aos condôminos, mas as decisões erradas geraram um grande problema financeiro, que me obrigou a recorrer a empréstimos com agiotas e bancos, com altos índices de juros, fulminando completamente qualquer chance de eu conseguir quitar as dívidas”, diz a carta.

     O diretor da administradora acrescentou não ter adquirido bens nem desviado dinheiro, nem “tampouco” enriquecido. Disse estar “completamente falido.”

     Além da carta, ele enviou aos clientes as contas que estavam para vencer, que não foram pagas, e pendências com o INSS. “Estou fechando a Fort House, encerrando as atividades […] Com enorme dor na alma encerro esta carta, pedindo humildemente sinceras desculpas por todo o mal que estou causando a vocês”, conclui João Carlos.

     Em seu site, tirado do ar, a administradora afirmava estar no mercado desde 1993.

     Esfera jurídica

     Ao constatar o desaparecimento do dinheiro e após receber a carta, o síndico Ricardo Nascimento convocou assembleia extraordinária para informar sobre o calote às 64 famílias do condomínio que administra. Ele notificou fornecedores para que estendam as datas para o pagamento de dívidas, além de contratar a advogada Magna Silva.

     A advogada afirmou ao Metrópoles, na tarde desta quarta-feira (29/3), que estima em cerca de R$ 30 milhões o rombo contabilizado de todos os condomínios administrados pela empresa de João Carlos. O escritório dela, especializado em fraudes, move ações cíveis e também irá acompanhar o desenrolar do caso na esfera criminal, onde já há dois inquéritos policiais instaurados.

     "Vamos arguir uma tese de desconstituição da personalidade jurídica da empresa para tentar atacar o patrimônio dos sócios, com medida cautelar, visando o sequestro de bens, para evitar transferência e vendas e garantir o ressarcimento ao condomínio”, explicou a advogada.

     Até momento, ela representa o condomínio de Ricardo e negocia com outros prejudicados, para também ajudá-los no caso.

     "Pegar e perder são diferentes”

     A reportagem não conseguiu falar com João Carlos. Por meio de seu advogado, Márcio José Macedo, o empresário afirmou não ter se apropriado do dinheiro de seus clientes.

     “Pela luz da lei, ele não se apropriou [do dinheiro]. Pegar e perder são diferentes, ele perdeu com agiota e banco e não tem dinheiro nem para comer.”

     O defensor da Fort House disse que seu cliente perdeu o controle da administração dos milhões aos quais tinha acesso quando começou a usar o dinheiro de um condomínio para cobrir a suposta inadimplência de outro.

     “Começou a tapar os buracos, a conta ficou negativa, entraram os juros dos bancos. Ele tinha quase R$ 1 milhão de juros com bancos”, acrescentou o advogado.

     Márcio José Macedo ainda disse que, após falar com o empresário, ele afirmou não ter perdido R$ 30 milhões. “Ele ficou devendo, R$ 2 milhões, R$ 3 milhões, R$ 4 milhões. Isso [R$ 30 milhões] é sensacionalismo.”

     Além das dívidas com os bancos, o defensor disse que João Carlos contraiu dívidas com agiotas, que o estariam ameaçando. “Ele não tem dinheiro para devolver e não usufruiu nada disso aí.”

    Fonte: Metrópoles

Condominial News

 

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